André Sztutman

Carlos Monroy

Bhagavan David Barki

Leonardo Stroka

Sári Ember

Suiá Ferlauto

Tchelo

Posted by caramelo77 on

Group Show – Primeira

2014

Texto (POR):

A exposição coletiva Primeira marca a abertura da Warm, apresentando trabalhos de seus artistas representados e de três convidados.

O grupo é formado por nomes de diferentes gerações, refletindo formas particulares de se articular a produção artística contemporânea.

Na fachada da galeria o público é recebido pela frase “aqui se apresenta o reflexo do fora”, trabalho de Raphael Escobar que propõe um questionamento sobre a relação entre a arte e o contexto da vida e, em última instância, sobre o que da vida a arte carrega.

 Sári Ember em um conjunto de quatro fotografias toma a cidade como um estúdio fotográfico e mescla cenas encontradas no cotidiano, que se destacam por suas composições formais, com imagem elaboradas para serem fotografadas. Esta operação coloca em suspensão a ideia de naturalidade e artificialidade na construção da imagem fotográfica e dialoga, de forma crítica, com as tipologias tradicionais da fotografia.

Os trabalhos de Tchelo exploram, à exaustão, os possíveis desdobramentos da linha no desenho. Ao preencher folhas com camadas sucessivas de traços – ora em nanquim, ora em diversos tipos de grafite – o artista rompe com as definições da linha, que em alguns momentos atua como contorno e em outros como figura.

André Sztutman, Bhagavan David e Suiá Ferlauto apresentam trabalhos pictóricos, cada um utilizando-se da pintura de forma distinta e explorando novas capacidades deste formato.

A pintura de Sztutman se dá diretamente sobre um painel de folhas de jornal. As composições geométricas e as camadas de tinta velam em diferentes intensidades o texto e a diagramação do jornal, criando, de certa forma, uma arqueologia ao contrário, onde se esconde a imagem original. A camada pictórica toma conta do texto e coloca em questão a falência da linguagem discursiva.

A série Projeção, de Bhagavan David, é composta por pinturas em tinta automotiva sobre madeira articuladas com autofalantes que propagam uma sonoridade ambiente. O trabalho sugere uma experiência sinestésica ao relacionar sons com imagens pictóricas, criando relações que evocam uma paisagem sonora.

Suiá Ferlauto mostra uma série de pinturas sobre madeira, onde utiliza-se dos veios e nós das pranchas de madeira para criar composições pictóricas. Em alguns casos a pintura imita a própria madeira, criando uma camuflagem, em outros cria novas formas e campos cromáticos.

Victor Leguy e Janaina Wagner partem de arquivos para elaboração de seus trabalhos. No primeiro caso, documentos e fotografias abandonadas em um arquivo da ferrovia Sorocabana são rearticulados no espaço expositivo juntamente com desenhos que tentam recontar uma história perdida, contrapondo o conteúdo documental com a carga fictícia do desenho.

Já no segundo caso, na obra Trapinhos, a artista apropria-se de imagens retiradas da internet que registram cenas de desastres naturais, evidenciando a falência da capacidade de edificação e permanência do homem perante o poder de destruição da natureza. Em um outro trabalho, um vídeo também extraído da internet, a imagem de uma tempestade de areia é captada de dentro de um carro em movimento. A tempestade que estava longe no horizonte se aproxima cada vez mais até a tela ser tomada pela escuridão. O título do trabalho, Progresso, aliado ao movimento da imagem, nos alertam sobre a contraditória ideia de progresso que pauta os projetos políticos e econômicos de atualidade.

 De formas distintas, Leonardo Stroka e Carlos Monroy lidam com ações performáticas nos trabalhos aqui exibidos. O primeiro apresenta Mãos Amarradas, uma videoinstalação com o registro de uma reinterpretação da performance Hands Tied, de Richard Serra.

Monroy mostra o trabalho Desenhos Assinaturas de Botero, desenvolvido a partir de uma pesquisa sobre autoria e identidade, que envolve ações performáticas e tem como objeto de reflexão o pintor colombiano Botero. A obra é composta por um conjunto de cópias das assinaturas do pintor, escritas repetidamente, anulando, desta forma, o valor de autenticidade e legitimidade que uma assinatura carrega.

Tomás Toledo

warm

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Cópia de Warm-7167 Low

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